quinta-feira, 12 de janeiro de 2012




A felicidade está na moda. Todos nós a perseguimos e desde que a sociedade de consumo se estabeleceu, ela tornou-se possível de se atingir.

Gilles Lipovetsky pergunta-se no seu extraordinário livro “A felicidade paradoxal” – Ed. 70 – A sociedade de consumo traz felicidade?

Segundo Lipovetsky, a resposta sugere que a maioria das pessoas assume uma declaração positiva de que se é feliz, mas ao mesmo tempo revela-se insatisfeito com a vida pessoal ou profissional. Isto origina um paradoxo original que caracteriza os nossos tempos.

A definição de felicidade está a deixar de ser exclusiva de cada um de nós. A felicidade agora comporta uma série de lugares comuns que nos são veiculados diariamente pela comunicação ostensiva das marcas.

Ser feliz passou a significar viajar para lugares paradisíacos ou a possuir um automóvel de última geração. A paz e a fome no mundo como objectivo não acabaram, no entanto, como gravitam numa órbita muito pouco individual, gradualmente foram sendo ultrapassadas por coisas mais terrenas e mais fáceis.

A felicidade passou a ser quantificável e visível e ainda por cima as marcas conseguiram a proeza de pensarem por nós. Será isto benéfico para nós?

Lipovetsky conclui: “chegará o dia em que a procura da felicidade no consumo não terá mais o mesmo poder de atracção, a mesma positividade (...) ”, pois “o homem muda ao longo da vida e não esperamos sempre as mesmas satisfações da existência” (…). "A felicidade é uma eterna busca e não tem preço, nem prazo. Quando será que chegará a fase do pós-hiperconsumo?”

Posted by ... Unknown às 15:16
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