quarta-feira, 19 de setembro de 2007



Há poucos anos atrás, no início deste século quando se apregoava a "nova economia" aos 7 ventos e grassava um espírito de optimismo e revolução, a palavra de ordem era, fundamentalmente, a "CONVERGÊNGIA".
Todas as grandes empresas estavam orientadas nesse sentido tentanto de um momento para o outro adoptar novas filosofias de vida e de trabalho que possibilitassem a transpiração deste sentimento de optimismo para o consumidor. Com a net e com os avanços tecnológicos que estavam para vir, a perspectiva de uma superempresa poder satisfazer todos os desejos dos consumidores era o tom dominante.

Não resultou. A "nova economia" foi um fracasso com consequências graves para o mercado de trabalho e de consumo e com fórmulas que pareciam imbatíveis, mas que um mercado inteiro de consumidores não estava preparado para responder e para funcionar nestes novos moldes.

Passado uns anos, o optimismo está a voltar. O mercado teve tempo de se adaptar às novas tecnologias e este tempo revelou-se fundamental para testar todas as formas possíveis de tirar proveito das novas condições que a tecnologia nos oferecia. Chegou-se à conclusão que afinal a "nova economia" não era nova, mas sim uma consequência natural do evoluir da sociedade de consumo. Chegou-se à conclusão também que afinal estas novas tecnologias beneficiavam principalmente o consumidor e tirava poder aos grandes monopólios e oligopólios instalados à décadas e habituados a ditar as regras de mercado. Com este novo poder nas mãos dos consumidores chegou-se também à conclusão que o chavão CONVERGÊNCIA afinal poderia ser disparatado.
Restringir o campo de escolha ao consumidor pode ser decisivo no afundamento de uma estratégia de uma empresa e na verdade, os consumidores estão-se nas tintas para esta convergência. O que eles querem é escolher, à vontade e de acordo com os critérios definidos por eles próprios, sejam eles o preço, a qualidade, etc.

A CONVERGÊNCIA lentamente foi substituída pelo chavão DISRUPÇÃO. O que interessa é ter um produto ou serviço que se encaixe nas expectativas dos consumidores e que, de uma forma simples, responda às suas necessidades. Não interessa ter um superproduto com milhares de funções se a sua execução é complicada e morosa. Veja-se o caso do iPod. Supertecnologia reunida para cumprir uma função básica que corresponda às expectativas dos consumidores. Todas as restantes funções devem ser acessórias e devem aparecer como um bónus ou um extra, nunca como um atributo principal.
Conseguir esta coisa mais simples e lógica do mundo passa a ser um objectivo em ruptura com todas as outras práticas em voga no mercado... daí o seu apelido de DISRUPÇÃO.

Posted by ... Unknown às 17:53
Categories: Labels:

0 Comentários