quarta-feira, 16 de julho de 2008



1. O conhecimento é, intrinsecamente, não concorrencial.
O leitor e mais 1 milhão de pessoas podem usar a mesma quantidade de conhecimento sem o diminuir. Com efeito, quanto maior for o número de pessoas que o utilizam, maior a probabilidade de alguém gerar mais conhecimento a partir daquele que dispõe.
O facto do conhecimento ser não-concorrencial não tem nada a ver com o facto de pagarmos, ou não, pela sua utilização. As patentes, os direitos de autor e a tecnologia anti-pirataria podem proteger uma determinada parte do conhecimento e excluir da sua utilização aqueles que não pagam para lhe ter acesso. No entanto, trata-se de instrumentos legislativos e não do carácter intrínseco do próprio conhecimento, que é essencialmente inesgotável. A aritmética não se gasta quando a aplicamos.
Nas economias avançadas de hoje, a grande maioria dos trabalhadores está ocupada a criar ou a trocar dados, informação e conhecimento não-concorrenciais. No entanto, não conhecemos uma teoria que explique, de forma sistemática, a interacção de sectores concorrenciais e não-concorrenciais em toda a economia, e o que acontece quando o equilíbrio entre eles se altera.

2. O conhecimento é um activo intangível.
Não podemos tocar, acariciar ou esbofetear o conhecimento. Mas podemos - e é isso que fazemos - manipulá-lo.

3. O conhecimento não é linear.
O mais pequeno discernimento poder dar origem a grandes resultados. Jerry Yang e David Filo, alunos de Stanford, fizeram nascer o Yahoo! através da simples categorização dos seus websites preferidos. Fred Smith, também nos seus tempos de estudante, teve a ideia brilhante de que, numa economia em franca expansão, as pessoas estariam dispostas a pagar um extra pela rapidez - e fundou a Federal Express, a empresa de entrega de encomendas mais conhecida a nível mundial.

4. O conhecimento é relacional.
Qualquer componente individual do conhecimento só ganha sentido quando se justapõe a outros componentes que o contextualizem. Por vezes, esse contexto pode ser transmitido através de um sorriso ou olhar carrancudo, sem que sejam necessárias palavras.

5. O conhecimento associa-se a outro tipo de conhecimento.
Quanto mais conhecimento existe, mais promíscuas, numerosas e variáveis são as combinações úteis possíveis.

6. O conhecimento é mais portátil do que qualquer outro produto.
Assim que seja convertido a zeros e uns, pode ser instantaneamente transmitido à pessoa do lado ou a 10 milhões de pessoas em Hong Kong ou Hamburgo - e ao mesmo preço, que é quase gratuito.

7. O conhecimento pode ser condensado em símbolos ou abstracções.
Tente comprimir uma torradeira "tangível"

8. O conhecimento pode ser armazenado em espaços cada vez mais reduzidos.
A Toshiba entrou para o livro de recordes do Guiness em 2004, com um disco rígido de computador mais pequeno do que um selo postal. Está para breve o armazenamento à escala nano - que corresponde a um milésimo da milionésima parte. E até a escalas mais pequenas - se o conhecimento disponível estiver correcto.

9. O conhecimento pode ser explícito ou implícito, manifestado ou não, partilhado ou tácito.
Não há mesas, camiões ou outros tangíveis tácitos.

10. O conhecimento é difícil de confinar. Espalha-se.

(fonte: A revolução da riqueza de Alvin e Heidi Tofler, publicado por Actual Editora)

Posted by ... Unknown às 14:48
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