quinta-feira, 13 de novembro de 2008



A coberto do seu nome, muito de bom e de mau já foi feito. As melhores empresas para trabalhar já o conhecem e fazem muito uso dele. Quais são os conceitos, as premissas e as regras que ditam a sua actuação?

Se a sua empresa deseja encantar, surpreender e fidelizar o cliente, deve começar por encantar, surpreender e fidelizar os seus colaboradores. São eles que, através das suas atitudes, traduzem aquilo que a empresa é, ou pretende ser. Esta regra é simples, mas é ela quem melhor traduz o sentido o endomarketing. Enquanto processo multidisciplinar complexo, o endomarketing possui premissas imutáveis que o fundamentam, qualquer que seja o tamanho, perfil, ou área de actuação da organização. As 25 leis do endomarketing consolidam conceitos, desmistificam visões e facilitam a compreensão sobre este tema.

1 Lei do diferencial humano.
As pessoas são a base de tudo. Não importa qual o valor que pretende agregar ao seu negócio, serão sempre as pessoas que o farão tornar-se realidade perante o seu cliente, seja de forma directa ou indirecta.

2 Lei da tomada de decisão.
As pessoas são contratadas para tomar decisões. Da mais simples função operacional até ao mais alto executivo, todos estão sempre a tomar decisões que estão interligadas entre si e influenciam o negócio como um todo.

3 Lei do sentido.
Sem perceberem a razão e a emoção do que estão a fazer, para além de entenderem a sua conexão prática e a sua posição no conjunto estrutural da empresa, jamais poderão dar tudo de si.

4 Lei do reflexo.
A qualidade da relação da empresa com o seu mercado é reflexo directo do relacionamento que ela tem com os seus colaboradores. Quanto melhor for esta relação, mais respaldo competitivo e legitimidade a organização terá no seu campo de actuação.

5 Lei do desempenho esperado.
Quanto menos a empresa oferece em troca do trabalho (e falamos não apenas de recompensas financeiras), maior será a diferença entre o desempenho que espera e o que recebe do colaborador, pois a percepção deste quanto àquilo que provém da empresa tende, na média colectiva e no longo prazo, a se configurar em injustiça quanto à sua recompensa.

6 Lei da motivação.
A motivação é um bem exclusivo do indivíduo e que não está sob o controlo da empresa. Não podendo ser espontaneamente gerada ou atribuída somente à realização no trabalho, pode apenas ser estimulada por factores específicos que irão aumentar a percepção do colaborador acerca do que o motiva no trabalho.

7 Lei do composto de endomarketing.
Endomarketing não é o mesmo que comunicação interna. É um processo gerencial, cíclico e continuado, formado por um composto de quatro variáveis: a empresa (o que entregamos aos colaboradores); o ambiente (tangível e intangível); o trabalho (moeda de troca do colaborador); e por fim a comunicação.

8 Lei da escada limpa.
Tente limpar uma escada começando pelo degrau mais abaixo e perceberá que nunca sairá do mesmo lugar. O mesmo ocorre numa empresa. Procure implantar na sua empresa qualquer iniciativa sem o apoio das chefias e perceberá que dificilmente conseguirá resultados satisfatórios.

9 Lei do fluxo de benefícios.
A percepção da empresa perante o seu colaborador é o fruto do conjunto dos factores entregue em troca de seu trabalho, e que é dado por um fluxo de benefícios específico, que engloba desde a a remuneração financeira fixa e variável, passando pelos benefícios tradicionais, até itens como acesso a desafios, responsabilidade social, status, entre tantos outros possíveis. Este fluxo determinará a solidez e o sentido de justiça do colaborador para com a empresa.

10 Lei do ambiente.
Todas as trocas entre colaborador e empresa ocorrem dentro de um ambiente, formado por uma parte tangível (móveis, equipamentos, etc.) e outra intangível (cultura e clima organizacional). Controlar este ambiente e saber torná-lo num factor motivacional é um espaço de actuação que deve ser ocupado pela sua empresa.

11 Lei do trabalho.
Quanto maior for o valor percebido pelo colaborador em relação ao fluxo de benefícios da empresa, maior será o seu desempenho em troca. O trabalho é o valor 'pago' pelo indivíduo por aquilo que recebe da empresa. Cabe a esta saber claramente o que espera das pessoas a partir do que oferece, e isso deve ser transparente para as pessoas.

12 Lei da constante da comunicação.
Mesmo que a empresa não possua formalmente um processo de comunicação interna, ela irá sempre existir e ser praticada pelos seus colaboradores através de canais informais, a famosa 'rádio corredor' ou 'rede boato'.
A empresa que não pratica a comunicação interna está a deixar de participar num processo que irá ocorrer de qualquer maneira, mas sem o controlo ou a direcção favoráveis.

13 Lei da gestão do endomarketing.
O endomarketing é um processo de gestão, cíclico e contínuo, baseado em ferramentas multidisciplinares de activação, com o objectivo de promover a motivação das pessoas com o seu trabalho e garantir o seu compromisso com os objectivos estratégicos, contribuindo assim para a obtenção de melhores resultados a partir de desempenhos superiores.

14 Lei do discurso contraditório.
A variação de desempenho de um colaborador é o resultado directo da diferença entre o volume de comunicação que orienta a sua tomada de decisão, gerada pela empresa, e o volume de comunicação contraditória, que normalmente é gerada pela sua chefia directa.

15 Lei dos pontos de pressão.
Numa organização existem sempre duas concentrações de público interno que funcionam como pontos de pressão positiva e negativa, diametralmente opostos, e que agem sobre a massa de pessoas em geral. É preciso identificar estes públicos e promover o controlo positivo sobre ambos.

16 Lei dos cenários de representação.
As pessoas tendem a resumir a empresa e o seu universo de existência e relações com base apenas nos cenários onde actuam. Os colaboradores que trabalham num sector desorganizado vêem toda a sua empresa num estado de desordem geral. Cabe à empresa perceber estes cenários e actuar sobre eles.

17 Lei das fases de implantação.
Todo o processo de endomarketing deve respeitar quatro fases de implantação, que são determinadas pela capacidade dos colaboradores em assimilarem os conceitos (fase do despertar), saírem de suas zonas de conforto (fase do envolver), e partirem para a acção (fase do construir) em busca de metas elevadas (fase do superar).

18 Lei do discurso único.
A empresa deve ter apenas um discurso a ser comunicado aos seus colaboradores, suficientemente forte para se manter vivo ao longo do tempo, e com volume de conteúdo capaz de permitir desdobramentos e co-relações com os demais temas que permeiam a organização.

19 Lei da capacidade dos canais internos.
O número de canais de diferentes formatos existentes numa empresa não está directamente relacionado com a qualidade da sua comunicação interna. Cada canal interno de comunicação possui uma capacidade limitada e específica de actuação, devendo a empresa definir a sua estrutura ideal de canais.

20 Lei dos tipos de conteúdos editoriais.
O conteúdo presente num canal interno de comunicação deverá sempre possuir, pelo menos, um dos quatro tipos de linha editorial interna (estratégica, informativa, de serviço, humana), ou ainda a combinação entre elas de forma a favorecerem a relevância do canal de comunicação.

21 Lei da estética e do discurso.
A estética e o discurso praticados pela comunicação interna devem estar alinhados com o público interno ao qual se destinam, e não com a instituição e a forma como esta e seus produtos se reportam externamente.
A excepção a esta lei está nas áreas comerciais que tendem a reproduzir os padrões e estilos dos clientes com os quais relacionam-se.

22 Lei do referencial externo.
As pessoas trazem de fora da empresa os seus referenciais de boa comunicação, e baseiam-se nas suas experiências com os media externos para se relacionarem com os canais internos da organização. A empresa, quando utilizar canais e acções internas que possuem análogos externos, deve seguir o formato já consagrado e consolidado pela comunicação social.

23 Lei da segmentação interna.
Uma única estratégia de endomarketing e comunicação interna não é capaz de atingir plenamente todas as pessoas de uma organização. Cada empresa possui um número próprio de segmentos de público que devem receber a mesma mensagem que o restante da organização, mas através de estratégias específicas de activação, quer na sua forma, estética ou discurso.

24 Lei do retorno.
O aumento do desejo dos colaboradores em possuir meios de dar retorno à empresa é directamente proporcional ao volume de comunicação interna praticado pela organização.
A empresa deve prever este cenário inevitável, gerando um canal interno de comunicação específico para tal, e principalmente possuindo lideranças formadas.

25 Lei da oralidade.
As pessoas preferem a comunicação oral e esperam isso dos seus líderes directos. A evolução eficiente de um programa de endomarketing verifica-se na diminuição gradual de material impresso ou que utilize outros meios de comunicação que não sejam a oralidade, em especial a praticada por multiplicadores legitimados ou líderes directos.

(fonte: Vinicius de Carvalho in revista Exame)

Posted by ... Unknown às 16:44
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3 comentários:

Anónimo disse...

Esse rapaz ai que escreveu esse texto só vive em Portugal porque não pode mais trabalhar no Brasil!

Ganhar a vida com o dinheiro dos outros é fácil.

Unknown disse...

Caro Anónimo,

Não entendi muito bem o seu comentário. A fonte está mencionada e o link aponta para o artigo original, ou seja, não existe qualquer tentativa de apropriação do conteúdo original, apenas uma intenção de divulgar aquilo que é verdadeiramente interessante. Se é o autor da peça e sente-se incomodado pelo facto de constar no blog, por favor identifique-se que retirarei imediatamete este artigo.

Cumprimentos,

Anónimo disse...

O Anônimo acima não se refere ao conteúdo, mas à pessoa. O autor Vinicius está em Portugal porque tinha uma empresa de endomarketing no Brasil e deu o "calote" em inúmeros clientes, fornecedores e principalmente funcionários. Hoje existem no Brasil diversos processos contra ele. O autor é mais qualificado para escrever sobre mau-caratismo e golpes do que sobre mkt e afins.