Não consigo gostar da ideia do que o meu patriotismo está condensado numa fitinha de várias cores que ostentarei no meu braço e que é oferecida por um banco.
A ideia da fitinha até poderia ser boa, certamente um pouco infantil e bastante reducionista, mas quando associada ao orgulho em ser português, resulta, claramente, numa abordagem bastante forçada, simplista e pouco consistente.
Os criadores da campanha devem ter vendido esta abordagem misturando o conceito “fashion” (uma palavra profundamente irritante mas com uma abrangência imensa na actual sociedade de consumo) com a personagem Mourinho (o português com mais sucesso lá fora e que não se atemoriza de confessar as suas raízes – visto como um grande feito pelos apóstolos da imagem, mas que não passa de uma afirmação normal das suas raízes) e com o ambiente de crise que estamos a viver.
Daqui deve ter resultado a seguinte conclusão: Como vamos materializar tudo isto numa campanha de mass market? Vamos materializar numa fitinha colorida que vai estar constantemente no braço dos portugueses e que, certamente, lhes vai aumentar a moral e fazer com que todos falem do Millenium… o que, de certeza, irá resultar numa corrida desenfreada aos balcões.
Vamos ainda dar esta fitinha a todos os portugueses, independentemente da sua raça, credo ou banco e dizer aos media que esta campanha foi lançada para levantar a moral de todos os portugueses para que, em conjunto, possamos ultrapassar este mau momento que atravessamos.
Este é um exemplo de uma tentativa de contar uma história que na sua essência é fraca e reveladora de alguma ingenuidade e que se resultar é porque temos uma sociedade de consumo que está num processo de infantilização preocupante.
Sem comentários:
Enviar um comentário